quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

"... você me provoca, você me pertuba, joga água e sai correndo. Atira a pedra e me acerta de raspão, me espia no escuro e mostra a língua, me xinga, me atiça. Invade o meu sossego, meu refúgio, pisa no meu ninho com os sapatos sujos, na minha toca, sem saber o meu tamanho, até onde vai meu bote, você me provoca achando que não há perigo. Sem conhecer a força da minha mordida, o tamanho dos caninos, você me provoca, sem esperar a picada, sem saber que ainda não inventaram antídoto pro meu tipo de veneno."

C. F. A.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

O coração é vagabundo

(...) E todos nos vêem, nos notam, e sabem o quanto a gente fica eufóricos e radiantes assim, apenas de estar paralelos um ao outro e se dar um apertão de leve, um abraço sem jeito ou qualquer toque que aproxime, e não afaste. Finjo não ouvir as vozes que me falam para sair, fugir e correr pra longe - enquanto ainda é tempo, e o veneno ainda não me tomou totalmente o corpo. Mas caio nessa arapuca, e quando você quase me beija, esquivo apenas pra não ser assim tão fácil. Penso como quem se autosabota, mas nem liga tanto assim: a carne não é mesmo fraca? Que seja então, o coração vagabundo. Me faço de surda apenas para que você repita que me quer, que o tempo parece não ter passado, e somos os mesmos: você, o volúvel-inconsequente, e eu, a ansiosa-impulsiva. Não resisto por tempo suficiente, e quando pega a minha mão, e me leva pro outro lado do universo, vou; porque ainda é cedo, do futuro eu não sei nada, e minha vontade é gulosa demais pra ser insatisfeita. Te beijo, e não satisfaço apenas a minha alma, mas toda a minha dúvida e essa insanidade de querer nota fiscal da felicidade; cobradora. Sabendo que, amanhã talvez você nem se lembre, ou se recordar, será tão leviano e inevitável, que fingiremos que nem aconteceu. Por mais que também não seja amor, mas sim, todo esse mistério sem nome que vem se arrastando por anos, e que por mim, já tinha fim decretado - com direito à créditos no final, e nossos nomes em negrito, eu e você ainda somos dois grandes protagonistas. Senão do drama, da vida. Ou dos dois, na maioria exata das vezes. Mas lembrando sempre: você é um refúgio bom de voltar, e agradeço à estadia. Até a próxima, que talvez seja amanhã, ou nunca mais. Certeza, apenas uma:  será surpresa.

Camila Paier

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

...Assim, quando estamos fracos tudo o que precisamos fazer é aguardar um pouco. Volta a primavera, as neves do inverno derretem e tornam a nos encher de nova energia.

Eu te amo como um rio que começa solitário e fraco em uma montanha, aos poucos vai crescendo e se unindo a outros rios que se aproximam até que, a partir de determinado momento, pode contornar qualquer obstáculo para chegar onde deseja.
 
Então, eu recebo seu amor e lhe entrego meu amor. Não o amor de um homem por uma mulher, não o amor de um pai por uma filha, não o amor de Deus por suas criaturas. Mas um amor sem nome, sem explicação, como um rio não consegue explicar seu percurso, apenas segue adiante. Um amor que não pede e que não dá nada em troca, apenas se manifesta. Eu nunca serei seu, você nunca será minha, mas mesmo assim posso dizer: eu te amo, eu te amo, eu te amo.

Paulo Coelho - trecho de O Aleph

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Reticências, omitem intenções...

sábado, 27 de novembro de 2010

Sorte é o que acontece quando a preparação encontra a oportunidade.

Elmer Letterman.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

O toque de celular

Taí um assunto que é daquele tipo: ou as pessoas amam ou odeiam. Quem gosta fica feliz quando recebe um toque de alguém, já quem a ideia não faz muito a cabeça, não dá bola e não ”devolve o toque”, ou fica incomodando e pensa, ”se quer falar comigo que me ligue, não fique me dando toque”, acham inútil. Como eu conheço muita gente assim, dos dois tipos, depois de tanto ouvir essa frase ou “ela não tá afim de mim, nem me devolveu o toque” resolvi dar meu parecer sobre o tema.

Pra quem não gosta, tudo bem, tem meu respeito. Nada na vida é unanimidade mesmo e nem vai agradar a gregos e troianos, mas peço que pense com mais carinho no que eu vou escrever agora. As pessoas que gostam de dar toque geralmente fazem isso de maneira expontânea, do tipo, ”pensei no fulano, vou dar um toque”, e pegam o aparelhinho de celular e executam a tarefa, com carinho. A pessoa do outro lado da chamada pode ou não entender isso, pode ou não gostar, mas aí é outro departamento, do qual falarei possivelmente outro dia.

Quem é adepto da prática, dá toque porque pensa em alguém. Para avisar que recebeu uma mensagem e está de acordo. Para dizer que chegou em casa bem depois da balada, da aula ou do que for. Antes de dormir como uma forma de desejar boa noite. E, no mínimo, sempre espera um toque de volta, nem que demore, o que não se quer é ficar no vácuo, isso soa como um desinteresse aos adoradores dessas novidades do mundo moderno.

Um toque é a materialização de um pensamento. É um jeito de você mostrar que lembrou e até de se sentir mais próximo da pessoa. Uma presença mesmo ausente, por mais distante que vocês estejam você sabe: Aquela pessoa pensou em você naquele momento. Parou tudo que estava fazendo, interrompeu seus pensamentos, para lhe dar um toque.

Com exceção daquele tipo de gente que faz isso em toda sua agenda telefônica, ou a toda hora, eu particularmente acho uma maneira muito legal de comunicação, melhor ainda se for recíproca. Mas claro, isso eu penso, e não espero que você concorde comigo em todos os meus pensamentos, mas, se pensar em mim, independente da hora que seja, do lugar onde estiver, dê um toque no meu celular e me deixe saber disso, porque eu, vou gostar.



D.M.










quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Mesmo assim

"Como é que você pode continuar gostando de um cara tão instável, que num dia te adora e no outro mal fala contigo?"

"Não acredito que você ainda está parado na desta garota. Cara, ela dá o maior mole pra todo mundo... tudo bem, é o jeitinho dela, mas, ó, te liga".

"Ele é muito querido, muito engraçado, mas também muito vadio: você vai passar fome ao lado deste homem!"

"O que adianta ela ser bonita, rapaz? Te trata como escravo".
 
É ótimo ter amigos, principalmente amigos que se preocupam com a gente. Mas, quando o assunto é amor, conselhos servem pra nada. Não que os amigos estejam errados, ao contrário: a gente sabe que eles estão com toda a razão, que eles estão vendo tudo aquilo que a gente finge não ver. O problema é que o amor não tem lógica. Você reconhece que a pessoa não serve pra você, mas a considera simplesmente a-do-rá-vel.
 
Você sabe que ela, ELA!, o grande amor da sua vida, é uma maluca de carteirinha, a maior viajandona do planeta, não diz coisa com coisa, e tem a estranha mania de se trancar no quarto por três dias seguidos, sem sair, sem abrir a porta, sem atender o telefone. Aí um belo dia ela sai e não dá a menor satisfação pra ninguém. Você consegue se imaginar vivendo com alguém assim? Não, mas também não consegue se imaginar vivendo sem.

E você aí, mulher. Enroladíssima com aquele cara, você sabe quem. Ele não tem o melhor caráter do mundo. Não tem o melhor currículo do mundo. Mas tem o melhor beijo do mundo e você, cada vez que ensaia dizer não, acaba dizendo sim, sim, sim. Porque você o ama. Mesmo ele sendo meio rude, meio ingrato, meio sonso. Mesmo assim.

Vou ficar torcendo para que nenhum desses exemplos caia como uma luva pra você. Desejo que tudo isso que foi escrito seja pura ficção pra você, que você nunca passe por uma doideira dessas. Mas não esqueça que doidas e doidos também são apaixonantes. Assim como os inconstantes e as ciumentas. E os alienados e as histéricas. Todos uma praga, todos cativantes. Ninguém está livre de topar com o cara errado e a garota mais encrenqueira, e amá-los muito, mesmo assim.

M.M.

domingo, 14 de novembro de 2010

O grito

Não sei o que está acontecendo comigo, diz a paciente para o psiquiatra.

Ela sabe.

Não sei se gosto mesmo da minha namorada, diz um amigo para outro.

Ele sabe.

Não sei se quero continuar com a vida que tenho, pensamos em silêncio.

Sabemos, sim.

Sabemos tudo o que sentimos porque algo dentro de nós grita. Tentamos abafar esse grito com conversas tolas, elucubrações, esoterismo, leituras dinâmicas, namoros virtuais, mas não importa o método que iremos utilizar para procurar uma verdade que se encaixe em nossos planos: será infrutífero. A verdade já está dentro, a verdade se impõe, fala mais alto que nós, ela grita.

Sabemos se amamos ou não alguém, mesmo que esteja escrito que é um amor que não serve, que nos rejeita, um amor que não vai resultar em nada. Costumamos desviar esse amor para outro amor, um amor aceitável, fácil, sereno. Podemos dar todas as provas ao mundo de que não amamos uma pessoa e amamos outra, mas sabemos, lá dentro, quem é que está no controle.

A verdade grita. Provoca febre, salta aos olhos, desenvolve úlceras. Nosso corpo é a casa da verdade, lá de dentro vêm todas as informações que passarão por uma triagem particular: algumas verdades a gente deixa sair, outras a gente aprisiona e finge esquecer. Mas há uma verdade única : ninguém tem dúvida sobre si mesmo.

Podemos passar anos nos dedicando a um emprego sabendo que ele não nos trará recompensa emocional. Podemos conviver com uma pessoa mesmo sabendo que ela não merece confiança. Fazemos essas escolhas por serem as mais sensatas ou práticas, mas nem sempre elas estão de acordo com os gritos de dentro, aquelas vozes que dizem: vá por este caminho, se preferir, mas você nasceu para o caminho oposto. Até mesmo a felicidade, tão propagada, pode ser uma opção contrária ao que intimamente desejamos. Você cumpre o ritual todinho, faz tudo como o esperado, e é feliz, puxa, como é feliz.

E o grito lá dentro: mas você não queria ser feliz, queria viver!

Eu não sei se teria coragem de jogar tudo para o alto.

Sabe.

Eu não sei por que sou assim.

Sabe.
 
Martha Medeiros

sábado, 13 de novembro de 2010

E nunca se arrependa de coisa alguma que te faz sorrir.


(autor? se alguém souber me avisa)

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

sao as possibilidades que nos fazem continuar, nao a certeza.


Fênix Faustine

domingo, 7 de novembro de 2010

Mulheres que amam de menos

Eu quero dar meu depoimento. Creio ter um problema. Se mulheres que amam demais são aquelas que sufocam seus parceiros, que não confiam neles, que investigam cada passo que eles dão e que não conseguem pensar em mais nada a não ser em fantasiosas traições, então eu preciso admitir: sou uma mulher que ama de menos.

Eu nunca abri a caixa de mensagens do celular do meu marido.
Eu nunca abri um papel que estivesse em sua carteira.
Eu nunca fico irritada se uma colega de trabalho telefona pra ele.
Eu não escuto a conversa dele na extensão.
Eu não controlo o tanque de gasolina do carro dele para saber se ele andou muito ou pouco.
Eu não me importo quando ele acha outra mulher bonita, desde que ela seja realmente bonita. Se não for, é porque ele tem mau gosto.
Eu não me sinto insegura se ele não me faz declarações de amor a toda hora.
Eu não azucrino a vida dele.
Segundo o que tenho visto por aí, meu diagnóstico é lamentável: Eu o amo pouco.

Será? Obsessão e descontrole são doenças sérias e merecem respeito e tratamento, mas batizar isso de "amar demais" é uma romantização e um desserviço às mulheres e aos homens. Fica implícito que amar tem medida, que amar tem limite, quando na verdade amar nunca é demais(o grifo é meu).O que existe são mulheres e homens que têm baixa auto-estima, que tem níveis exagerados de insegurança e que não sabem a diferença entre amor e possessão. E tem aqueles que são apenas ciumentos e desconfiados, tornando-se chatos demais.

Mas se todo mundo concorda que uma patologia pode ser batizada de "amor demais", então eu vou fundar As Mulheres que Amam De Menos,porque,pelo visto, quem é calma, quem não invade a Privacidade do outro e quem confia na pessoa que escolheu pra viver também está doente.

M.M.




sábado, 6 de novembro de 2010

O que realmente importa não se compra


Conversando com um amigo meu hoje, ele me falou uma coisa que eu concordo muito, por isso resolvi escrever sobre. E sim é sobre relacionamentos, eu até tento fugir do tema mas como muito me interessa acabo retornando a ele.

Falávamos sobre como é bom estar solteiro, ter a liberdade para fazer o que quiser na hora que bem entender sem dar satisfação à ninguém. Ficar com as pessoas sem querer se apegar, curtir as festas com os amigos sem ter hora pra voltar. Mas, em contrapartida a isso, nada paga tu ter alguém do teu lado que te complete e que te faça não sentir saudades dos tempos de solteirice.

E é bem nesse ponto que eu fiquei pensando: porque tanta gente tem medo disso? Porque a simples idéia da palavra compromisso assusta muitas pessoas. Eu penso que o único compromisso que devemos ter é com a nossa felicidade, não devemos nos preocupar com rótulos, casamento, namoro, enfim, o nome que você quiser dar para aquilo que estiver vivendo, sendo legal, te fazendo bem é o que importa.

Numa relação deve existir respeito e confiança. Isso sim é a base de tudo. Amizade, companheirismo e todas as outras coisas que vem depois nem se fala, aí cada um sabe o que é mais importante pra si. Gosto de gente que me faça rir, de gente inteligente com quem eu possa conversar sobre vários assuntos, mas que não seja séria demais pra que também saiba rir das minhas bobagens. Cada um sabe do que gosta, o que faz bem e agrada.

Ser solteiro é bom sim, mas ter alguém com quem você possa contar sempre, alguém pra confiar a todo momento, uma pessoa que te divirta, com quem você pode passar horas conversando e não perceber. Aquele que num abraço tu se sente protegida, que sabe só de te olhar como você se sente, te conhece bem demais pra perceber que tem algo diferente até pelo teu jeito de falar. Alguém pra você se preocupar por querer bem demais e que você tem certeza que se preocupa contigo quando recebe uma mensagem te desejando boa prova, ah, isso sim não tem dinheiro no mundo que pague. Não mesmo.


D.M.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

"...será que essas civilidades acontecem mesmo ou a gente nunca esquece, nunca, nunca, nunca esquece um amor vivido de forma tão audaz?  Você me laçou, me prendeu, fui com você arrastada pelo seu ímpeto, pela surpresa em me ver de um dia para outro sua, você que era apenas uma fantasia, era pra ser apenas um 'se' na minha vida, se ele existisse, se me desejasse, se surgisse, e você surgiu e instalou o céu e o inferno no mesmo playground."

M.M (trecho do livro Fora de Mim)

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Eu tô te explicando pra te confundir
Tô te confundindo pra te esclarecer


Tô – Zélia Duncan

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

se até o dia vinte ele me ligar, é porque vai rolar
se até quinta-feira não chover, passa a ser provável
se até seis da tarde o comercial passar duas vezes
é sinal de que tudo vai acontecer como o planejado
mulher adora dar um prazo para o imponderável

M.M.

domingo, 24 de outubro de 2010

Pessoas anjo

Um anjo é uma pessoa que Deus põe na tua vida na hora certa. Você não sabe daonde eles surgem, nem como chegou até você exatamente naquele momento em que você mais precisava, mas tenha certeza, não foi por acaso. Quando tudo que você espera é uma resposta, uma ajuda, uma luz, eles aparecem das maneiras mais inusitadas possíveis.

Pode ser um estranho que de repente se aproxima, um conhecido que sorrateiramente passa a fazer parte da tua rotina, um amigo que estava distante e ressurge do nada, um novo amigo, um parente, um irmão. Alguém que vem com a palavra exata, na hora em que você mais precisava ouvir ela.

Tenho a convicção que essa é a maneira que Deus tem agir na nossa vida, mostrando o melhor caminho, ajudando a enxergar as coisas. Muitas vezes não queremos admitir que estamos errados e alguém tem que nos falar isso com todas as letras, fazer-nos pensar a respeito da maneira como estamos agindo e isso nem sempre é fácil.

Pessoas que são como anjos nos alegram, nos confortam, mas também podem nos causar alguma dor, mas isso não é proposital. Se a verdade incomodar, é porque era necessário ser ouvida para evitar um sofrimento posterior. Também não é fácil decidir se ela deve ser revelada ou não, isso requer coragem e devemos gostar muito de alguém pra isso.

Um anjo surge do nada, alguns ficam um tempo presente, cumprem sua missão e depois se vão, deixando boas lembranças. Outros permanecem, e com o passar dos dias ganham mais importância na nossa vida, conquistando mais e mais nossa confiança. Anjos Deus manda pra perto da gente para nos cuidar e com toda a certeza do mundo você deve ter algum por perto nesse momento, pode chamá-lo de amigo.

D.M.










sexta-feira, 22 de outubro de 2010

pensei com carinho ontem em ti

de uma maneira à toa e despretensiosa
me deu uma vontade de te dizer como um dia tu me fez bem
como eu achava divertido conversar contigo
até me deu uma saudade pequena

ontem pensei em ti
de um jeito tão inocente
que deu vontade de voltar no tempo
quando eu dizia que me sentia protegida no teu abraço
que tinha vontade de ficar pertinho
e dizia sem pensar nas conseqüências das palavras
quando meus impulsos não eram vigiados, tudo muito natural

por um instante tu me veio a mente
e foi um momento tão bom
de sensação de dias bem vividos, alegres, intensos
onde falar rapidinho contigo em dias corridos de provas eram normais


ontem lembrar dos nossos medos me fez bem
sinal de que um dia houve reciprocidade, de qualquer coisa que fosse
ontem lembrei de ti como há muito não lembrava
das histórias, dos toques, das mensagens
das risadas, do teu sorriso e do teu jeito quando tava comigo


pensei
e isso se manifestou através de um sorriso sincero,
um toque de madrugada no teu celular como há muito não fazia antes
e nessas palavras, disso tudo que eu queria te dizer
que posso resumir num sim, foi bom te conhecer

 
D.M.

=D yes, for you.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Carta Extraviada

Não sei por onde começar esta carta que já nasce atrasada, pensamos sempre que temos muito a dizer mas as palavras são pouco amistosas, onde encontrá-las agora, às três e dez de uma madrugada em que me encontro insone e pensando mais uma vez em você?

Você esperou por estas palavras por muitos meses, na esperança de que elas aliviariam a dor do seu coração, mas elas não vieram porque estavam ocupadas vigiando meus impulsos, me impedindo de me abrir, e minha própria dor lhe pareceu desatenção, eu que não durmo de tanta paixão congestionada, de tanto desejo represado, de tão só que estou.

Meus motivos sempre lhe pareceram egoístas, e se eu lhe disser que o descaso aparente foi na verdade uma atitude consciente para preservar você, me chamarás de altruísta e não sairemos do mesmo lugar.

Eu errei por não permitir que você me oferecesse seu afeto, eu errei ao sobre valorizar um risco imaginário, eu errei por achar que existem amores menores e maiores, avaliados pelo tempo investido, pela contagem dos beijos, pelas ausências sentidas, por tudo isto fui conduzido a um erro de cálculo.

Não te peço nada além de compreensão, e esta carta nem era para pedir, mas para doar, eu que sempre me achei bom nessas coisas, o voluntário da paz, o boa-gente oficial da minha turma. Mas peço: lembre de mim como alguém que alcançou a mesma medida do seu sentimento, a mesma profundidade das suas dúvidas, o mesmo embaraço diante da novidade, o mesmo cansaço da luta, a mesma saudade.

A carta vem tarde e redigida com palavras covardes, as corajosas repousam pois se imaginam já ditas e escritas, valentes foram as palavras do início, as desbravadoras, as que ultrapassaram limites, quando nós dois ainda não sabíamos do que elas eram capazes, palavras audazes, febris.

Pela enormidade de tempo que temos pela frente em que não nos veremos mais, não nos tocaremos ou ouviremos a voz um do outro, pela quantidade de dias em que conduzirás tua vida longe de mim e eu de ti, pela imensidão da nos descrença, pela perseverança da nossa solidão, pelos nãos todos que te falei, pelo pouco que houve de sim, acredita: te amei além do possível, não te amei menos que a mim.
 
 
 
M.M.
 
 
 













terça-feira, 19 de outubro de 2010

O Cartão

Eu tinha dezessete anos e era louca por um cara com quem trocava olhares, não mais que isso. Ele era o legítimo "muita areia pro meu caminhão" e jamais acreditei que pudesse vir a se interessar por mim, o que me deixava ainda mais apaixonada, claro. Mulher adora um amor impossível.

Então chegou o dia do meu aniversário. No final da manhã eu estava em casa, contando os minutos para uma festa que daria à noite, quando a empregada apareceu com um cartão nas mãos, dizendo que o zelador o tinha encontrado embaixo da porta do prédio. Abri e fiquei azul, verde, laranja: era dele! Corri para o telefone e liguei para a minha melhor amiga. "Que trote bobo, você quase me mata de susto, pensa que não sei que foi você que escreveu o cartão?" Ela jurou por todos os santos que não. Liguei para outra amiga. "A letra é igual a sua, eu sei que foi você!" Não tinha sido. Liguei para outra: "Você acha que eu vou acreditar que um cara lindo que nunca me disse bom dia veio até aqui largar um cartão amoroso desses?" Ela me recomendou terapia. bom, diante de tantas negativas, só me restou pensar: "Outra hora eu descubro quem é que está tirando uma comigo". E esqueci o assunto.

Semanas depois estava caminhando na rua quando encontrei o dito cujo. Ele resmungou um oi, eu devolvi outro oi, e então ele perguntou se eu havia recebido o cartão de aniversário. Minha pressão caiu, minhas pernas fraquejaram,eu só pensava: mas que idiota eu fui! O que iria responder? "Recebi, mas jamais passaria pela minha cabeça que um homem espetacular como você, que pode ter a mulher que escolher, fosse entrar numa papelaria, comprar um cartão, escrever um texto caprichado, depois descobrir meu endereço e então pegar o carro, ir até a minha rua, colocar o envelope embaixo da porta feito um ladrão, e aí voltar para casa e aguardar meu telefonema. Olhe bem pra mim, eu não mereço tanto empenho." Respondi: "Que cartão?" Ele soltou um "deixa pra lá" e foi embora se sentindo o mais esnobado dos homens. E assim terminou uma linda história de amor que nunca começou. Anos depois nos encontramos casualmente e tivemos um rapidíssimo affair, mas aí já não éramos os mesmos, não havia clima, ficamos juntos apenas para ver como teria sido se. Vimos. E não escutamos sinos, não fomos flechados pelo Cupido. Cada um voltou para a sua vida e nunca mais tivemos notícia um do outro.

Contei essa história para um amigo outro dia e ele comentou que conhecia outras mulheres assim. Epa, assim como? Ora, assim medrosa, desconfiada, temendo pagar micos diante da vulnerabilidade que toda paixão provoca. Ele estava certo. Era assim mesmo que eu me sentia aos dezessete anos: medrosa e incapaz de levar um grande amor adiante. Quando recebi o tal cartão, deveria ter ligado imediatamente para o meu príncipe encantado para agradecer e convidá-lo para a festa. E se ele tivesse dito: "Que cartão?" Eu responderia: "Deixa pra lá, mas venha à festa assim mesmo". E então eu assumiria as conseqüências, não importa quais fossem.

O nomezinho disso: vida. É sempre uma incógnita, portanto não vale a pena tentar fugir das decepções ou dos êxtases, eles nos assaltarão onde estivermos. Se você for uma garota boba como eu fui, acorde. Ninguém é muita areia pra ninguém. Pessoas aparentemente especiais se apaixonam por outras aparentemente banais e isso não é um trote, não é uma pegadinha, não é nada além do que é: um inesperado presente da vida, que todos nós merecemos.

Martha Medeiros - Doidas e Santas
 
(ainda comentarei sobre as duas últimas frases, haha muuuito a dizer, mas outra hora)
 







segunda-feira, 18 de outubro de 2010

por aí são tantas, existem milhares
e cada uma delas com suas peculiniaridades
e olha todas, e não sabe o que quer
na noite com várias,
e na manhã seguinte a solidão continua
não é nelas que tu pensa
não é elas que você quer perto
não é com elas que você conversa
não é delas que espera uma ligação
e nenhuma delas te faz rir das suas loucuras como eu
algumas podem parecer comigo
ter meu cabelo, meu sorriso,
mas não meu olhar, não meu caráter
muitas mulheres, mil jeitos,
várias bocas, e muito desejo, mas...
nenhuma era eu.

D.M.
(é, nenhuma.)

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Será que aquela pessoa que tinha exatamente os mesmos medos que os meus, numa reciprocidade que nunca vi antes igual, foi uma mentira o tempo inteiro? Será que a vontade de ficar perto, onde só isso já nos faria felizes era outra inverdade? O carinho, a sinceridade, a transparência, o poder falar tudo sem medo, o respeito enorme que tu sempre teves por mim, as conversas, o querer olho no olho, a confiança, o cuidado... será que todas essas coisas me conduziram a um erro de cálculo? Hoje uso a razão, o sentimento descansa em paz.

(fragmento de uma carta por aí) D.M.

Fidelidade e Lealdade

Pra mim são duas palavras muito distintas, as quais muita gente se perde no significado delas.

Somos fiéis por opção, somos leais por caráter. Ninguém aprende a ser leal, ou a pessoa é, ou não é. A fidelidade muitas vezes é uma coisa imposta, e nas outras você se propõe a agir assim por uma situação, um compromisso, em respeito a alguém. A lealdade é mais do que isso, é mais do que respeito, você honra sua palavra ao ser leal.

Quando você é fiel trata de deixar de lado outras coisas, outras pessoas, a ser forte e comandar os seus sentimentos, mesmo que seu desejo seja enorme, você os controla. Se você é leal, isso não é necessário, pois a pessoa age assim por querer, sem se sentir lesada e nem perdendo algo, e sim valorizando aquilo que tem mais ainda.

Na fidelidade somos exigidos ou exigimos algo de alguém, mas a lealdade é retribuída, é doada, sem esperar nada em troca. A fidelidade tem um quê de posse, de querer só pra si, a lealdade confia, vai além disso, pois quer ver e fazer a pessoa feliz para assim, dessa maneira calma e verdadeira, ser feliz também.

D.M.

(pra ti João =D
pela sábia escolha do tema)






O Nível de Significância de cada um

Quinta-feira à noite, aula de estatística, professor Florindo. Olho para o quadro e observo aquelas fórmulas todas pensando no porque existem tantas coisas e onde ocuparemos todas elas. Meu pensamento é interrompido pela explicação do professor, matéria nova, preste atenção por favor!

E lá vem ele falando de nível de significância. É cada coisa nessa estatística que eu considero meio loucura, mas enfim, cada coisa com sua aplicabilidade. E eu ali prestando atenção e pronto! É isso! Achei relação dessa matéria com a nossa vida! Ele falava “Quanto mais raro um valor a ser obtido, mais significante ele é, sendo assim, tem mais valor”.

É isso aí Florindão! Você conseguiu me explicar matematicamente uma coisa que eu sempre pensei, mas que somente hoje pude perceber a lógica toda da coisa. Esse nível de significância na estatística são valores muito pequenos, e significam a probabilidade de um valor ocorrer.

Já na minha co-relação com a vida real esse mesmo nível é a raridade, a dificuldade que eu considero suficientemente pequena para qualquer coisa valer a pena. Pra mim uma pessoa ter caráter! Ser sincera, ser transparente e verdadeira. Ter caráter é agir da mesma maneira que fala, não se contradizer, ter seus valores sólidos e convictos. Uma pessoa assim vale MUITO A PENA ter por perto, ter sempre junto, ter pra sempre. Mas, como disse, são raras. Tudo isso pode parecer loucura, e é um pouco mesmo, só que não deixa de ter um sentido concreto. E você, já estabeleceu qual o seu nível de significância?

D.M.








Esperar perder

Nunca estamos realmente contente com o que temos nas mãos. Sempre escuto me falarem isso e começo a concordar profundamente com essas palavras.

Pense, você está bem, nada te afeta, tua saúde está em perfeito estado e você dá o mínimo para isso? Bem capaz! Você só percebe o quanto é bom estar assim quando se encontra de cama por causa de uma gripe, com um pé quebrado que te dificulta a locomação ou coisas do gênero, quando está bem, não está nem aí.

E porque no amor a coisa costuma funcionar com a mesma lógica? Porque muitas pessoas esperam perder a outra para enfim se dar conta de que amavam mesmo e o quanto a ausência da outra a incomoda? Bom, se você tiver a resposta pra isso, aguardo ansiosamente para saber.

O que tenho são hipóteses. A primeira é que as pessoas se acomodam. Quando tem a pessoa que gostam por perto com o passar do tempo já não olham mais para ela da mesma forma, ou você nunca ouviu aquela história de que quando  os namoros  é costume ao reencontrar a ex com outro achar que ela estava muito mais alegre,  atraente, etc e etc? É, isso se repete sempre, é um ciclo que não muda.

Então as pessoas terminam e só aí passam a enxergar todas as qualidades que a outra pessoa sempre teve, mas que elas deixaram de perceber. E ainda as aumentam de forma gigantesca. Aí começa o sofrimento. Porque não dá certo se ela era tão legal? Tão querida, tão inteligente, tão carinhosa, tão, tão, tão... e por aí vai. O problema meu amigo é que você esperou terminar um relacionamento para se dar conta de tudo isso. E isso acontece não só com você, pode ter certeza, mas, o fato do arrependimento ter batido não garante que você terá a pessoa de volta.


D.M.

Mas dirás assim, por exemplo, como você sabe, sim você sabe, a gente, as pessoas, infelizmente têm, temos, essa coisa, emoções, mas te deténs, infelizmente? O outro talvez perguntaria por que infelizmente? Então dirás rápido, para não desviar-te demasiado do que estabeleceste, qualquer coisa como seria bom se pudéssemos nos relacionar sem que nenhum dos dois esperasse absolutamente nada, mas as pessoas, têm, temos - emoções. Meditarias: as pessoas falam coisas, e por detrás do que falam há o que sentem, e por detrás do que sentem há o que são e nem sempre se mostra...

Caio Fernando Abreu, in Morangos Mofados

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

O sofrimento é opcional

Definitivo, como tudo o que é simples. Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.

Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos,por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos. Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.

Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar.

Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender. Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada. Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.

Por que sofremos tanto por amor? O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável,um tempo feliz.

Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um verso: Se iludindo menos e vivendo mais!!!

A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade.

A dor é inevitável. O sofrimento é opcional...

Carlos Drummond de Andrade










quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Quando uma etapa chega ao fim

Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final...
Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.
Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.
Foi despedida do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?
Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu....
Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.
Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco.
O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.
As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora...
Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem.
Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração... e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.
Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.
Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.
Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.
Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal".
Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará!
Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.
Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.


Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és..
E lembra-te : “Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão”

Fernando Pessoa

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Quando partiu, levava as mãos no bolso, a cabeça erguida. Não olhava para trás, porque olhar para trás era uma maneira de ficar num pedaço qualquer para partir incompleto, ficado em meio para trás. Não olhava, pois, e, pois não ficava. Completo, partiu.

Desistir não é nobre. E arduamente, não desistimos.

E assim não saberemos nunca se por vontade ou por orgulho, não saberemos se sonhos ou teimosias, não desistiremos mesmo que não seja aquilo que realmente queríamos.
 
 
Caio Fernando Abreu
E tem o seguinte, meus senhores: não vamos enlouquecer, nem nos matar, nem desistir. Pelo contrário: vamos ficar ótimos e incomodar bastante ainda.

Caio Fernando Abreu

terça-feira, 28 de setembro de 2010

E nossa história não estará pelo avesso
Assim, sem final feliz.
Teremos coisas bonitas pra contar.

E até lá, vamos viver

Temos muito ainda por fazer

Não olhe pra trás...

Metal contra as nuvens - Legião urbana
Eu tô te esperando

Vê se não vai demorar

Lanterna dos Afogados - Paralamas do Sucesso
Se é loucura então

Melhor nem ter razão...

O último romântico - Lulu Santos
Mas vai ser impossível não lembrar
Vou estar em tudo em que você vê:

Nos seus livros, nos seus discos
Vou entrar na sua roupa
E onde você menos esperar
Eu vou estar


Eu vou estar - capital Inicial

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Atos. Porque palavras... O vento leva .
Não adie o que você quer... Não deixe que nada o impeça... Apenas tenha certeza, de que as pessoas com que você se preocupa saibam... E tenham certeza do que você realmente sente... Porque só assim... Tudo pode acabar.
 "Havia algo no ar que me desconcentrava, respirei fundo, então notei o perfume dele no ar, me confundindo da minha meta. Por puro instinto, fui para cima dele para pegar de volta o que me pertencia, ele jogou-me de novo contra a parede e me prensou lá. Sem me debater, sem brigar, sem respirar. Seus olhos estavam nos meus e minha boca muito perto da sua, eu podia sentir o gosto do seu hálito. Tudo ao redor ficou mais escuro, e eu senti meu corpo todo perder a força, meu coração acelerou. De repente, eu só senti que não era mais o gosto do seu hálito que eu sentia, e sim a sua boca na minha. Seus lábios eram quentes, e mesmo estando acostumada com eles, eu me perdia. Suas mãos passavam pelas minhas costas, meu cabelo, meu pescoço, tudo que ele sabia que pertencia a ele. Eu, do meu lado, só tentava trazer o corpo dele pra mais perto do meu, iludindo-me que fisicamente aquilo seria impossível. Mas por outro lado, estávamos sendo um só ali, mesmo sentimento. Não havia o que perder, não havia o que ganhar... Por fim, nenhum dos dois ganhou."


Eduarda Morgado

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

...
um beijinho rápido, uma ilusãozinha
a quantos basta uma amostra grátis

não consigo molhar os pés apenas
eu mergulho e só paro quando me afogo
eu me queimo e só paro quando derreto
eu me jogo e só paro quando me param


M.M.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

"Dá um certo trabalho decodificar todas as emoções contraditórias, confusas, somá-las, diminuí-las e tirar essa síntese numa palavra só, esta: gosto."

Caio Fernando Abreu
"dizem que sou autoritária, ou é do meu jeito ou não interessa
verdade, e a maior vítima é esta que lhes confessa
por mais que eu tente não consigo mandar na minha vontade"

M. M.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

...De que tudo o que eu digo é risível
Tenha consciência
Você não é infalível


É melhor não exagerar, sou sensível
Você precisa ser mais flexível
Não vamos criar um muro intransponível...

Incrível - Nenhum de Nós

"O que fere minha consciência, não merece minha alma"

autor?? (se alguém souber me diga)

sábado, 18 de setembro de 2010

"Eu enxergo o que você sente

Mas você responde com a boca: não
Sua boca diz que não
Mas quando não diz nada
Me beija sim
Depois do beijo olho de novo em seus olhos
E vejo sim
Seus olhos dizem sim"


Feedback  - Nenhum de Nós

Ser adulto

Sempre acho que namoro, casamento, romance tem começo, meio e fim. Como tudo na vida. Detesto quando escuto aquela conversa:
- ‘Ah, terminei o namoro… ‘
- ‘Nossa, quanto tempo?’
- ‘Cinco anos… Mas não deu certo… Acabou’
- É, não deu…?
Claro que deu! Deu certo durante cinco anos, só que acabou. E o bom da vida, é que você pode ter vários amores. Não acredito em pessoas que se complementam. Acredito em pessoas que se somam. Às vezes você não consegue nem dar cem por cento de você para você mesmo, como cobrar cem por cento do outro. E não temos esta coisa completa. Às vezes ele é fiel, mas não é bom de cama. Às vezes ele é carinhoso, mas não é fiel. Às vezes ele é atencioso, mas não é trabalhador. Às vezes ela é malhada, mas não é sensível. Tudo nós não temos. Perceba qual o aspecto que é mais importante e invista nele.
Pele é um bicho traiçoeiro. Quando você tem pele com alguém, pode ser o papai com mamãe mais básico que é uma delícia. E as vezes você tem aquele sexo acrobata, mas que não te impressiona… Acho que o beijo é importante…e se o beijo bate…se joga…senão bate…mais um Martini, por favor…e vá dar uma volta.
Se ele ou ela não te quer mais, não force a barra. O outro tem o direito de não te querer. Não lute, não ligue, não dê pití. Se a pessoa tá com dúvida, problema dela, cabe a você esperar ou não. Existe gente que precisa da ausência para querer a presença.
O ser humano não é absoluto.Ele titubeia, tem dúvidas e medos mas se a pessoa REALMENTE gostar, ela volta. Nada de drama. Que graça tem alguém do seu lado sob chantagem, gravidez, dinheiro, recessão de família? O legal é alguém que está com você por você. E vice versa.
Não fique com alguém por dó também. Ou por medo da solidão. Nascemos sós. Morremos sós. Nosso pensamento é nosso, não é compartilhado. E quando você acorda, a primeira impressão é sempre sua, seu olhar, seu pensamento. Tem gente que pula de um romance para o outro. Que medo é este de se ver só, na sua própria companhia?
Gostar dói. Você muitas vezes vai ter raiva, ciúmes, ódio, frustração. Faz parte. Você namora um outro ser, um outro mundo e um outro universo. E nem sempre as coisas saem como você quer… A pior coisa é gente que tem medo de se envolver.
Se alguém vier com este papo, corra, afinal, você não é terapeuta. Se não quer se envolver, namore uma planta. É mais previsível. Na vida e no amor, não temos garantias.
E nem todo sexo bom é para namorar.
Nem toda pessoa que te convida para sair é para casar.
Nem todo beijo é para romancear.
Nem todo sexo bom é para descartar. Ou se apaixonar. Ou se culpar.
Enfim… Quem disse que ser adulto é fácil
 
Arnaldo Jabor

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Querer bem e se sentir querido

Na semana que passou eu fiz aniversário. E como eu gosto desse dia! Digo que espero o ano inteiro pra isso e é a mais pura verdade. Fico muitissimo feliz, conto os dias, horas, e minutos, mas nem sei porque, só sei que saber que completo mais um ano de vida me deixa feliz demais!

Nesse dia sempre fico pensando nas pessoas que fazem parte da minha vida hoje, nas que já fizeram um dia, nas que continuam fazendo, nas que estão perto, naquelas que estão longe fisicamente, mas dentro do coração.

E agora, nesse momento penso em como tem gente que queremos bem, em como existem pessoas com as quais nos importamos tanto e nos fazem tão felizes. Cada amigo meu pra mim é isso. Eles são incomparáveis! Eles são extremo e puro amor! Sim, porque eu amo todos bem do jeito que eles são e não mudaria nada neles, o que mais eu admiro em qualquer pessoa que seja é a autenticidade.

Não é todo mundo que tem coragem de ser quem é. De arcar com as consequências daquilo que faz, e fazer porque quer e gosta, sem se importar com o que os outros vão pensar. Mas meus amigos são assim e eu os admiro muito por isso. São pessoas sensíveis, queridas, inteligentes. Cada um com uma peculiaridade, mas todos muito especiais.

Eu não me obrigo a gostar de ninguém e nem peço para que gostem de mim. Eu gosto de alguém pelos motivos mais simples, mas como diria um amigo querido, simples não é “simplório”. Eu gosto de pessoas sinceras, honestas, transparentes, e assim eu sou, portanto, quem convive comigo sabe bem disso. Vai ouvir a verdade sempre, mesmo que possa doer um pouco, eu prefiro isso do que a mentira e a ilusão que causam mais dor ainda.

Como é bom sentir que as pessoas gostam de você do teu jeito louco, mas honesto. Espontâneo e verdadeiro. Como é bom ter a certeza que você não está sozinho e que tem muitas pessoas com quem realmente pode contar na vida. Que essas pessoas te olham e te enxergam como você realmente é, nao te desaprovam e ainda te apóiam a continuar sendo assim sempre. Agradeço a cada pessoa dessas que faz a minha vida mais feliz por simplesmente existir. Amigo de verdade não se compra, não se procura, se encontra e se você tiver um que seja assim, conserve, não há dinheiro no mundo que pague o valor de uma amizade verdadeira.
 
D.M.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

A hora errada

            Um dia eu falei pra alguém, “tu é tudo que eu queria, mas não agora.” E hoje eu fico pensando: será que existe hora certa pras coisas acontecerem? Será que a gente muitas vezes não perde oportunidades valiosíssimas por pensar assim?
            Então, você acaba de sair de um namoro ou de um compromisso, como quiser, independente do tempo que tenha durado. O que você quer então? Se você for como eu, vai ficar quietinha no seu canto, esperar a poeira baixar, os sentimentos ficarem novamente no lugar e deixar as coisas acontecerem aos poucos e naturalmente.
            Se você for como um amigo meu você vai sair pegando geral, ir em todas as festas, trovar todo mundo, beijar mais ainda, tentar recuperar o tempo perdido, como costumam dizer. Não acho isso errado, aliás, cada pessoa vive de acordo com o que acha certo.
            Então, você tá ali na boa, tranqüila, de bem com a vida, nada mais te incomoda, a não ser coisas que você permita se incomodar com elas, não existem mais pessoas pra você se preocupar e agora tudo parece estar bem, tudo está nos eixos novamente. Está mesmo? Estava.
            Porque é tudo muito lindo na teoria. Mas, acontece que muitas vezes não decidimos quem vai cruzar nosso caminho, e aí que mora o indefinível. Ninguém pode adivinhar que vai conhecer uma pessoa fantástica, com princípios e valores tão parecidos com os teus. Pessoa que você achava que não existia mais. O que fazer então?
            Não diga que é a hora errada pra isso, se permita viver o momento. Existe hora pra ser feliz? Sim, ela é agora! Não amanhã, nem depois. Existe sintonia, reciprocidade, sentimento, e tudo isso tem que ser aproveitado e vivido ao máximo para que você não viva sua vida em vão. Queira mais, busque mais, arrisque mais, e, se quiser, deixe o orgulho um pouco de lado pra ser feliz, assim como eu fiz hoje, vai por mim, isso pode te fazer um bem danado. Pode até ser a hora errada, mas faça a coisa certa: seja feliz.


D.M.
se nada faz sentido, há muito que fazer
não há alternativa, é a única opção
unir otimismo da vontade e o pessimismo da razão
contra toda expectativa, contra qualquer previsão
há um ponto de partida, há um ponto de união:
sentir com inteligência, pensar com emoção


Esportes Radicais - Engenheiros do Hawaii

terça-feira, 31 de agosto de 2010


mas depois de você, 
os outros são os outros e só...


Kid Abelha

P.S: post pra ti Iva ;)
garotos não resistem aos seus mistérios
garotos nunca dizem não...

Leoni