quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Crie laços com as pessoas que lhe fazem bem, que lhe parecem verdadeiras e desfaça os nós que lhe prendem àquelas que foram significativas na sua vida mas infelizmente, por vontade própria, deixaram de ser.
Nó aperta, laço enfeita… Simples assim.

Silvana Duboc
Nem tudo que acaba tem final.

Nxzero

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Você não me odeia.  Você odeia me amar.

desconheço a autoria

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Ele só não te quer

Senta aqui, deixa eu te falar uma coisa. Ele que some por dias, corre atrás só quando te vê caminhar pra longe, desmarca programas em cima da hora, é sucinto quanto à própria vida e mais superficial que piscina infatil. Esse mesmo que você tanto fala, e todo dia vem com alguma nova furada tentando desesperadamente consertar pra ter em troca um pouquinho de amor marejado. É, ele só não te quer. Simples. Pior de tudo, que nem culpado pode ser. Talvez sim, por não ser honesto logo de cara. Contudo, bem sabemos o quanto a covardia já é item de fábrica em praticamente todo ser bicho homem, e por isso, a prolongação de situações tediosas, insuportáveis e para nós, torturantes. Não é porque terminou um namoro agora, ou nunca teve simplesmente um relacionamento decente. Nem porque é novo, ou anda trabalhando demais, ou ainda, a faculdade exige muito. Pra cada alternativa que você cria, uma desculpa. Chegar a esse ponto obscuro de perder qualquer amor próprio na busca de se achar num sentimento que o outro nem chegou a cogitar existir. Larga esse telefone, apaga o número desse panaca, não espera mensagem nenhuma porque na verdade, o que ele quer é ter em quem afogar a pressão final da noite (ou o próprio ganso), de quem não conseguiu algo na festa, e tenta tentando a agenda-geladeira onde congela quem desperta interesses específios e minúsculos, diante as possibilidades de amor de amor decente tão sonhadas.

Você, que quer tanto ter com quem dormir - e que isso não se resuma a um programa especificamente sexual. Mas sim de braço masculino envolto em cintura feminina, duas respirações próximas, pé com pé. Você, que aceita ir pra casa do sujeito que mal deu um beijo na boca e se culpa o dia inteiro seguinte, sabendo que juntamente com sua dignidade e o caráter do cara, suas chances de algo que desenrole tenham caído drasticamente. Você, que cumprimenta ele que vira a cara de tanta vergonha. Você, que liga bêbada no meio da madrugada com aquele punhado de esperança embutido na voz alcoolizada. Você que intima, sufoca, stalkeia e cola no pobre coitado: dá um tempo. Se foque em si. Nutra aquele amor que desde cedo mamãe e papai plantaram e ensinaram que, é importante, sim. É olhando muito pro próprio umbigo que a gente chama atenção em se concentrar tanto sendo nosso centro do mundo que acabamos chamando atenção que puxa, ela se cuida. Melhor: se gosta. O único amor livre de qualquer traição, infelizmente, é o próprio. Tá pra nascer quem prefira o outro a si mesmo, depois de descobrir a maneira boa e sadia de se automimar.

Por isso é que digo: desencane, que uma hora aparece. Não aquele seu tipo cafajeste e sem um pingo de índole, mas um cara bacana que de repente assim, aos pouquinhos, vai tomando espaço e te dando possibilidade de surpresas, estômagos compressos e pernas agitadas. Sem expectativas, deixando toda e qualquer possível irrealidade, imaginação fértil longe do terreno dos pés no chão. Agora, se não é você quem ele quer, caia fora. Vença a insistência interna em achar que, só porque você está ali a todo o momento e fazendo certa pressão, ceder é a única escapatória do sujeito. Há ainda os modos 'ignorar' e 'partir pra ignorância' - o que não se baseia em violência física, mas na irritação tão suprema que chega a ponto de deixar a razão de lado e as palavras soltas, ferinas na sua direção. Se passaram três dias, e o sumiço do moço se fizer uma constante, se você é deixada falando sozinha com frequência, se quem apenas se preocupa e sente esse caos que se tornou a situação toda também é você, se livre. Vá para uma academia, faça compras, se foque no trabalho, saia com as amigas, adote um animal. Tudo, menos descentralizar da sua vida, desse momento tão presente que se inaproveitado passará em branco enquanto você, tentando o impossível, mirou em quem não se deixa atingir tão fácil, não por você.

Chega de desilusão e contos de fada, de cegar à si mesma e não escutar quem tanto tenta alertar quanto aos perigos de um comportamento assim, tão irracional e errôneo. Corações pulsam mesmo, mas será que não dão defeito assim, despertando a qualquer toque que pode na verdade ter sido um esbarrão, um desencontro, um mero engano. Ferrenha seja a boa vontade em desconfiar no começo e se entregar, apenas quando o jogo estiver aberto e os sentimentos, simbióticos. Que amor mesmo, a gente não persegue: se dá conta assim, como quem não quer nada, mas deseja lá no fundo muito que pode mesmo ser. E se beija, e se quer, e sente falta mesmo tendo passado apenas meia-hora longe. E liga. Responde. Procura. Tanto de um lado, quanto de outro, o lucro - que ao invés de líquido, é sentimental - vem em dobro e em forma de sorrisos apaixonados e cafuné na cabeça.
Camila Paier

Tá dito e eu concordo taaanto ctg Camila!

sábado, 17 de setembro de 2011

A bela e o burro

Ontem depois que você foi embora confesso que fiquei triste como sempre.

Mas, pela primeira vez, triste por você. Fico me perguntando que outra mulher ouviria os maiores absurdos como você, um homem de 32 anos, planejar ir a uma matinê brega com gente sem assunto no próximo domingo e, ainda assim, não deixar de olhar pra você e ver um homem maravilhoso.

Que outra mulher te veria além da sua casca? Você não entende que eu baixei a música do “Midnight Cowboy” e umas boas do Talking Heads, Vinícius de Morais e do Smiths porque achei divertido te fazer uma massa ouvindo algumas músicas que dão vontade de viver. Uma massa que você não vai comer porque está perdendo o paladar para o que a vida tem de verdadeiro e bom. É tanta comida estragada, plastificada e sem sal, que você está perdendo o paladar para mulheres como eu. E você não sabe como vale a pena gostar de alguém e acordar na casa dessa pessoa e tomar suco de manga lendo notícias malucas no jornal como o cara que acha que é vampiro. Tudo sem vírgula mesmo e, nem por isso, desequilibrado ou antes da hora.

Você não sabe como isso é infinitamente melhor do que acordar com essa ressaca de coisas erradas e vazias. Ou sozinho e desesperado pra que algum amigo reafirme que o seu dia valerá a pena. Ou com alguma garotinha boba que vai namorar sua casca. A casca que você também odeia e usa justamente para testar as pessoas “quem gostar de mim não serve pra mim”.

E eu tenho vontade de segurar seu rosto e ordenar que você seja esperto e jamais me perca e seja feliz. E entenda que temos tudo o que duas pessoas precisam para ser feliz. A gente dá muitas risadas juntos. A gente admira o outro desde o dedinho do pé até onde cada um chegou sozinho. A gente acha que o mundo está maluco e sonha com a praia do Espelho e com sonos jamais despertados antes do meio-dia. A gente tem certeza de que nenhum perfume do mundo é melhor do que a nuca do outro no final do dia. A gente se reconheceu de longa data quando se viu pela primeira vez na vida.

E você me olha com essa carinha banal de “me espera só mais um pouquinho”. Querendo me congelar enquanto você confere pela centésima vez se não tem mesmo nenhuma mulher melhor do que eu. E sempre volta. Volta porque pode até ter uma coxa mais dura. Pode até ter uma conta bancária mais recheada. Pode até ter alguma descolada que te deixe instigado. Mas não tem nenhuma melhor do que eu. Não tem.

Porque, quando você está com medo da vida, é na minha mania de rir de tudo que você encontra forças. E, quando você está rindo de tudo, é na minha neurose que encontra um pouco de chão. E, quando precisa se sentir especial e amado, é pra mim que você liga. E, quando está longe de casa gosta de ouvir minha voz pra se sentir perto de você. E, quando pensa em alguém em algum momento de solidão, seja para chorar ou para ter algum pensamento mais safado, é em mim que você pensa. Eu sei de tudo. E eu passei os últimos anos escrevendo sobre como você era especial e como eu te amava e isso e aquilo. Mas chega disso.

Caiu finalmente a minha ficha do quanto você é, tão e somente, um cara burro. E do quanto você jamais vai encontrar uma mulher que nem eu nesses lugares deprê em que procura. E do quanto a sua felicidade sem mim deve ser pouca pra você viver reafirmando o quanto é feliz sem mim e principalmente viver reafirmando isso pra mim. Sabe o quê? Eu vou para a cama todo dia com 5 livros e uma saudade imensa de você. Ao invés de estar por aí caçando qualquer mala na rua pra te esquecer ou para me esquecer. Porque eu me banco sozinha e eu me banco com um coração. E não me sinto fraca ou boba ou perdendo meu tempo por causa disso. E eu malho todo dia igual a essas suas amiguinhas de quem você tanto gosta, mas tenho algo que certamente você não encontra nelas: assunto. Bastante assunto.

Eu não faço desfile de moda todos os segundos do meu dia porque me acho bonita sem precisar de chapinha, salto alto e peito de pomba. Eu tenho pena das mulheres que correm o tempo todo atrás de se tornarem a melhor fruta de uma feira. Pra depois serem apalpadas e terem seus bagaços cuspidos.

Também sou convidada para essas festinhas com gente “wanna be” que você adora. Mas eu já sou alguém e não preciso mais querer ser. E eu, finalmente, deixei de ter pena de mim por estar sem você e passei a ter pena de você por estar sem mim. Coitado.



Tati Bernardi

ai ai ai, que lindo texto! 

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade. Sete vezes, pra ver se espanta ou transforma; leva pra longe, ou traz pra perto.
C.P.

Que ainda não passou

Está aqui. Dentro, fundo e meio escondido, mas firme. Forte não, que por um fio se equilibra tudo isso há muito tempo. Mas fio esse, que talvez seja de cobre, ouro, metais nobres. Um fio que segura, e por onde a equilibrista dentro de mim se aventura. Mesmo você não sendo bêbado, e estando longe disso, é claro.
 
Descobri apenas à pouco, enquanto me esforçava em fazer careta ao ouvir teu nome, gritar pro mundo que você não existe mais na minha felicidade, concordar na sua idiotice calhorda e dançar loucamente à noite. Beijar aparentes príncipes, que não tinham nem de longe a tua malandragem, e eloquência de sapo magnífico. Ajudei no que pude, compreendi emoções, tentei calar a minha boca grande, viver intensamente. Fiz tudo o que me coube, para me livrar do sentimento nostálgico que é curar de vez esse vazio dolorido que me afinca o peito. Sanei tantas dúvidas, curei algumas questões incompreendidas, para esquecer aquilo que me inquietava por dentro. Cuidei dos outros, e me joguei num canto. E no final das contas, eu quem deveria encabeçar a minha lista em primeiro lugar, tirar todo e qualquer resquício seu, daqui. De mim.
 
Uma semana, e dois primeiros encontros. Saldo final? Nada que tenha me feito vibrar. Ou, pensar em substituir lembranças das nossas conversas sem fim, de algumas piadas internas, e o encaixe perfeito dos teus braços, sob a minha cintura. Não é tentando substituir que se esquece: só se lembra ainda mais. Em cada erro do outro, cada gafe, só se recorda mais e mais do quanto não era assim antes, com outro alguém. E isso dói. Comparar pessoas é mais ou menos como qualquer necessidade fisiológica: não é bonito, mas é inevitável. Não se pode fugir. Ainda não sei onde procurar alguém com o mesmo sorriso leve, e a maneira única de me olhar de frente, encarar com vontade. Eu tento, eu quase consegui, mas ao me colocar novamente em companhia-masculina-possível, titubeio. Vejo o banner do nosso filme, já na locadora, e quero morrer. Ouço a música que cantávamos juntos, animados e em descontração, e êxito. Quase choro. E me faço brusca, fugitiva, e desinteressada: não dá. Se paro para refletir, me torno quieta - o que é raríssimo. Mesmo não sabendo o que fazer com tudo aqui dentro, que depois de tanto tempo, e muitos dias ainda me incomoda, tira meu sono, e rasga minha paz, sou quase uma prisioneira: me tranquei nesse beco sem saída, nessa cela obscura, e é como se tivesse engolido a chave, sem volta. Precipitei situações, e te fiz ir longe; te vi ir indo, e perdi. Talvez pra sempre, quem sabe nunca mais. E todos me dizem que não valia a pena, que não vale e muito menos, valeria. Me pergunto íntima e por dentro, quando é que isso vai passar, que me aparecerá alguém à altura, que eu me pegarei apaixonada e feliz, como já fui? Rezo, e culpo alguns santos. Peço encarecidamente que Deus veja toda essa injustiça, e cubra o mundo com o que acredito. Com amor decente, e pra quem dá amor - o certo, o que nos ensinam na catequese e o que nos é educado em casa, não é exatamente isso? Dê amor, e receberás de volta. Só ainda não encontrei motivos para acreditar piamente em tal afirmação. Nenhum, muito menos dois.
 
Não quero companhia, essa dor é apenas minha, e não há o que cure (a não ser, você mesmo). Sendo que está longe, e impossível. Sem preço a pagar, e muito o que fazer, me fecho novamente na minha colcha lilás, e sob a luz apagada. Dispenso caridade, tenho nojo. Nunca fui coitada, e mesmo na minha maneira Pollyanna em ver o mundo, aprontei das minhas. E por mais que provoque desejos alheios, que me sinta a rainha da noite, e que aproveite o máximo que posso, quando quieta e pensativa, sou apenas despedaçada. Me falta algo, e talvez seja minha felicidade real, meu sorriso sincero, ou quem sabe, o que por um bom tempo causou toda essa minha onda feliz e pacífica: você.
 
Tomada por uma saudade enorme, e um sonho ruim, disco os números que alguma vez já decorei, esqueci e apaguei. Ouço sua voz inesquecível, coração que palpita, ansiedade que toma conta. Sem muito o que fazer, e tanta coisa a dizer, desligo. Saciada, medrosa e levada; vivendo, e fazendo acontecer. E mesmo assim, sentindo enormemente a falta nobre que é estar sem a sua presença ilustre. Porque não há faculdade federal, carro importado ou paixão por mim que compre ou derrube o território que conquistaste em mim. Ainda aqui, quem manda no pedaço, e comanda ruas, movimentações e greves, é o senhor. Pode ter certeza, excelentíssimo.


Camila Paier

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Por trás de toda indiferença existe alguém que já se importou demais.

desconheço a autoria

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Você diz que me quer com todas as minhas vírgulas, eu te quero como meu ponto final.

Tati Bernardi

Só agora

Baby
Tanto a aprender
Meu colo alimenta a você e a mim
Deixa eu mimar você, adorar você
Agora, só agora
Por que um dia eu sei
Vou ter que deixá-lo ir!
Sabe, serei seu lar se quiser
Sem pressa, do jeito que tem que ser
Que mais posso fazer?
Só te olhar dormir
Agora, só agora
Correndo pelo campo
Antes de deixá-lo ir!
Muda a estação
Necessário e são
Você a florecer
Calmamente, lindamente...
Mesmo quando eu não mais estiver
Lembre que me ouviu dizer
O quanto me importei e o que eu senti

Agora, só agora
Talvez você perceba
Que eu nunca vou deixá-lo ir!
Que eu nunca vou deixá-lo ir!
Eu não vou deixá-lo ir!

Pitty

sábado, 3 de setembro de 2011

Ah mas tem

Estranho nós dois ocupando o mesmo recinto. Os dois corpos perto e não. Se vendo e não querendo se olhar. Evitando. Desviando. Até disso eu desconfio. Se eu não importasse tanto pra ti, tu me encararia sem medo. Agiria normal, conversaria o que quer que fosse, mas ideias seriam trocadas por nós.

Mas não. E, justamente por tudo isso, por agir tão igual a mim, sei que aí tem. Tem confusão de sentimentos, já tão homogêneos que nada mais consegue separar. Difícil diferenciar e entender o que se sente. Quanta turbulência me causa tua simples presença. E te olho e revivo em mente muitas coisas. Sempre. Improvável que eu não lembrasse das nossas conversas, de tanta afinidade e ainda não sentisse um carinho que logo, instantes depois, se mistura com uma vontade de te mandar pra bem longe de mim, mas, penso, já que está tão perto, porque não chegar mais perto ainda? A mesma inconstância de sempre.

Medo. Cautela? Pra mim, covardia. Assim costumo pensar daquele que não se permite viver o que quer no momento por medo do depois. Medo de sofrer? Sinceramente, a vida não dá garantia nenhuma à ninguém, nem a mim, nem a ti, meu caro. Estamos no mesmo barco, então, deixa fluir. Não se negue, não me negue. Não pode teus desejos que tentam se disfarçar das maneira mais estúpidas possíveis. Não está mais funcionando.

Eu me rendo, mesmo depois de tanto tempo.Já tô até rindo dessa situação. Dessa mania da vida me levar pra caminhos tão diferentes e depois, num dia qualquer, numa ocasião improvável, me dar de presente a tua presença, quando pra mim tu não passava de uma ausência. Engraçado é você me olhar de canto de olho, fingindo que não se importa comigo ali, tão perto de ti. Engraçado é eu perceber isso e fingir que não  vejo.

Dayane Muhammad


sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Lágrimas e migalhas

    Então, decidi falar. Sim, eu sou do tipo de gente que prefere a verdade doída e dita na cara do que a mentira que acalma, mas relaxa baby, tudo passa. Sempre. Bem, é um tema um tanto delicado, mas, não vou tratá-lo assim pois ninguém pode mandar no sentimento de outra pessoa, todos sabemos disso, há até uma frase do Shakespeare que diz que não podemos exigir o amor de ninguém o que podemos fazer é dar bons motivos pra gostarem de nós. Acho digno, concordo e apóio o ilustre poeta.
    Agora com o assunto introduzido a questão é simples caríssima: você gosta dele, ele não. Até pode curtir ficar uma noite contigo, ou em vezes esporádicas, sim você me contou dos sumiços repentinos, das ligações não retornadas, mensagens não respondidas e aquele aparato todo de fugas que dispomos e usamos quando realmente não estamos tão afim de alguém assim. Culpa sua? Pra que se torturar tanto? Vai ver o sujeito não quer um relacionamento, não agora pelo menos, tem outros planos, ou até outras pessoas, na vida dele vai saber, são tantas as opções e você sabe muito bem da quantidade que falo. Então seja sincera consigo mesma, vai lá, não é tão difícil assim. Veja: o que ele te fala, a maneira como ele te trata seriam atitudes que você esperaria de alguém que realmente se importa? Eu não. Aliás, não trato assim nem meu cachorro, quem dirá uma pessoa por quem existe um sentimento maior, como você diz.
    Não tenho maneira mais doce de ficar te dizendo isso, eu sei que é uma porrada. é azedo, ácido e dificil de engolir, fica preso na garganta mesmo mas é normal. Tenho consciência disso, mas, ficar te vendo sofrer, se iludindo com um amor e comprometimento unilateral, se esvaindo em lágrimas porque o bendito mais uma das inúmeras vezes esqueceu o que tinha te prometido, ou não fez porque não quis mesmo, realmente não me deixa feliz, nenhum pouco. Não pense também que é fácil estar aqui te dizendo tudo isso, pois quando tu deposita todas as tuas fichas em alguém, no mínimo espera mesmo quma reciprocidade, que esse lance dê certo,  como num jogo, absolutamente ninguém joga pra perder, ao menos não com tanta dedicação e investindo tanto tempo.
    Para um relacionamento começar as duas partes devem querer se envolver, ou, simplesmente permitir que  isso aconteça,  em maior ou menor escala, mas que essa ideia exista, por favor! Não adianta só um lado fazer isso, só um lado ceder, só um lado querer. Fugas e sumiços repentinos, descaso, esquecimentos aparentemente banais não fazem parte desse acordo e não merecem fazer parte da tua rotina. Sabe o que vem agora?  Sim, sabe. Quando ele vê que vai te perder, corre atrás, nem que seja pra manter você ali perto sempre, se importanto, dando atenção pra ele. Você alimenta tuas esperanças todas com essas migalhas de amor que ele te dá e começa a acreditar que tudo agora sim vai dar certo entre vocês. Quer saber? Já vi essa história antes, ela se repete, e você tanto quanto eu, sabe muitíssimo bem como acaba. E, só pra constar, isso não se chama amor.

Dayane Muhammad


quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Porque era ele, porque era eu.

-Eu esperei você ficar calma, e tomar a consciência, porque no fundo, eu sabia que você se arrependeria.
- E o que te deu toda essa certeza, que não tenho nem em mim?
- Você.
- Me mostra então, que não sei. Discordo.
- Ah, como assim? Você não tinha também segurança disso?
- Às vezes, pensava em como tudo poderia ser como naquele dia, naquela noite. Essa era a única exatidão, em mim.
- Pode, ainda.
- Eu sei também que senti a sua falta. Do seu olhar firme, da sua risada alta. Caminhei por entre os dias assim triste, desvairada. Incompreendida, de alma cinzenta. Esperando você vir me salvar com alguma carta na manga, desculpa manjada.
- Distante de você, me dei conta. Só poderia ser assim, sem você para falar, e mudar sempre os ares, os rumos, qualquer coisa que construíamos.
- Eu sou fogo, eu sei.
- Você é uma labareda toda, uma lareira que não cessa. Chama inteiramente viva. Meu medo é às vezes, me queimar. Deixar que você me consuma inteiro, sem nem restar ar pra respirar.
- Meu medo, era você nutrir esse temor, e fugir. Como das outras vezes. E voltar somente quando quiser, quando convir. Sabendo que eu aceitarei tudo novamente, sem mais explicações e delongas, te querendo como nunca.
- Aqui estamos nós, no ponto de onde não saímos nunca. Eu inconstante, você impulsiva. É um impasse e tanto, divisível, tortuoso. Sei que daqui uns dias você vai vir com alguma surpresa impetuosa, e eu vou me fechar, até que compreenda tudo, e volte sentindo a sua falta.
- Verdade, sim. Mas você volta, e nada muda. Não diz nunca o que sente, não se abre por completo. Era tudo o que eu precisava: as cartas na mesa, os dados rolando, e um mergulho nessa nossa confusão.
- Se você estiver preparada pro jogo começar, venha então. Te prometo deixar submergir, e até mesmo, acompanhar nessa divagação toda.
- Promete mesmo? Com direito à claridade, e tudo?
- Com luz, água, peixinhos pequenos e até mesmo, golfinhos. Sem coletes, ou bóias, que te salvo quando necessário.

(E as coisas seriam tão mais fáceis, se assim fossem. Se não houvessem sustos, quereres incontidos, sumiços repentinos, e voltas premeditadas. Se essa saudade não cortasse o peito, e tirasse o ar, ocasionalmente. Sem surpresas, já, o fechamento quase completo desse ciclo de altos e baixos, que emocionou e causou furor, desordem. Por mais que essa ausência quase grite, e desenhe todo o caos, repito em vão, para mim mesma, que: pode doer, mais vai passar. E cicatrizar, curar todos os males que coagiam o que é bom de acontecer. Porque era ele, por que era eu. Nunca fomos nós, mas como dupla, dois desencaixáveis. Duas contradições, somando apenas incompreensão, resultados inexatos. Se tudo fosse como nessa conversa de paz, num sonho bom e numa dimensão inexistente, o caminho era livre para qualquer impulso e inconstância, embebidos em afeto, paixão, sentimento. Amor.)


Camila Paier 


mais?? www.calmila.blogspot.com

Sempre lindos textos dessa guria! =D